Etiam placerat

usarei este blog para postar pequenas estórias de alguns personagens de um livro que estou escrevendo: o enigma da imortalidade.
em suma, esse livro é sobre uma mulher que é imortal e que está contando sua experiência para um escritor.
cada um desses personagens entrará em contato com essa mulher e suas estórias no blog acabarão quando eles cruzarem o caminho dela.
assim sendo, para continuar a ver as estórias desses personagens deve-se ler o livro que ainda estou escrevendo.

fique atento se gostar des estórias: postarei em partes duas vezes por semana.

Encuesta

Augusto

Na penumbra da Noite Augusto caminha recordando-se de Gabriela.
Como o diabo assumia formas graciosas não só fisicamente mas de alma.homens sem fé jamais resistiriam a algo tão intenso quanto aquele diabo.
Ele queria um tempo só, as freiras já dormiam e o padre estava fora, longe dali.
Caminhou para a casa de Emanuel pois era um canto deserto e tinha uma grande pedra de onde se podia ver todo o povoado.
Sentou-se La e lembrou dos sorrisos, das declarações e dos dias que passou mal e que foram iluminados por Gabriela.
A lua estava cheia e todos dormiam Matias e Stela lhe lembravam os tempos de profano, os tempos em que tinha esperanças de fixar uma vida nesse mundo material tão cruel.
Estaria Matias sendo tentado pelo Diabo?
Certamente não, Stela foi criada com os dois e Gabriela era uma estrangeira, vinda diretamente do inferno.
Emanuel saiu de sua casa pela porta de trás meio perturbado e tropeçou uma rede caindo no chão com seu enorme corpo.
Ele na tirava as mãos da cabeça e não parava de gritar: vá embora, demônio, vá embora!

Augusto decidiu seguí-lo e ver o que ele faria na madrugada ao ver que ele se dirigia para os campos de Matias.
Ele era moído por um desejo ambíguo: por um lado ele estava curioso para saber o que Emanuel estava prestes a fazer e por outro ele queria ver Matias e Stela deitados juntos e imaginar-se com Stela.
Imaginar que poderia ter sido ele o feliz no mundo material e nunca provar a salvação eterna.
Augusto decidiu manter uma distância considerável de Emanuel pois viu que ele tinha em mão uma espada de dois gumes afiada.era como se tivesse saindo para matar alguém.

- Você sou eu, vou te mostrar que falo a verdade. Gritou Emanuel.

Talvez fosse um daqueles casos em que os indivíduos andam por aí desacordados como que mortos em vida.
Tinha que ser, Emanuel não falava coisa com coisa.
Ele não foi para a casa de Matias e sim para o pasto e começou a acariciar uma vaca.
Talvez o sonho dele fosse cuidar dos negócios de Matias, o único ali a lhe dar algum crédito.
A vaca acordou se levantou.deixou-se guiar por Emanuel para a pedra e Augusto escondeu-se no meio das árvores enquanto ele passava, bem acordado e, aparentemente, de gentis feições.
Ele amarrou os quatro membros da vaca na pedra. Será que ele queria roubá-la?
E porque ele faria isso?
Amarrou a boca do animal e seu pescoço o deixando totalmente imobilizado.
Não estava fazendo ou dizendo coisa com coisa.talvez estivesse mesmo dormindo, mesmo de olhos abertos.
deu um tapa na própria cara e começou a gritar.

- Não ouve ela te chamar?
- Sabes bem o que queres fazer, porque não fazes?
- Não tente me dizer o que quero e o que não quero fazer!

Ele puxou o rabo da vaca e ela tentou mugir alto mas a corda que lhe amarrava a boca abafou o som.a luz da lua se refletiu na espada quando ele a ergueu e cortou o rabo dela fora.

- Ai meu D...

Augusto tapou a boca para não ser ouvido e Emanuel parecia não ouvir nada.
Emanuel começou a bater na cabeça do animal com o rabo como quem chicoteia a um cavalo e depois começou a bater nas próprias costas.
Abraçou o pescoço da vaca e bateu leve e repetidamente com o cabo da espada na testa do animal que se debatia constantemente desesperado tentando escapar de qualquer forma.

- Não resista, você sabe que isso me faz ficar fora do controle!
- Não pode, como não pode?
- É claro que pode!

Ele parecia falar com a vaca, era como se ela realmente fosse o entender que ele falava.
Ele começou a passar a lamina pela pele do animal sem cortá-lo e colocou sua testa no crânio do animal.
Em um movimento giratório ele abocanhou a orelha do animal e puxou-a arrancando com facilidade.
Parecia estar mastigando mas não engoliu.
Estaria ele possuído? Estaria, de alguma forma, fora de si?
Augusto não sabia e aquelas coisas o mantinham em estado de inércia, ele não conseguia tirar os olhos daquele evento assombroso.

- Podes me ouvir agora?
- Reponda-me!
- Neste caso não poderei te poupar, pois se há uma coisa nesse mundo que me desagrada é ser ignorado e tu me ignoras como se eu fosse menos que tu.
- Agora te mostrarei quem é menos e quem é mais seu insolente.

Emanuel começou a chutar a vaca na barriga com força e foi fazendo isso até se cansar e cair no chão.
Caiu dando gargalhadas e se debatendo.

- Não vês o que te faz feliz?
- Isso é que é viver!

Com estaria ele falando, afinal, será que com a vaca, será que ele sabia da presença de Augusto?
Levantou-se, agora aparentemente calmo, e foi andando em direção à que estava totalmente apavorada e sangrando no rabo e na orelha.
Emanuel virou-se d costas para a vaca e augusto se escondeu nos arbustos para não ser visto.
Abriu os braços, sorria como o homem mais feliz do mundo.
Mexia com os lábios mas não emitia um som, parecia estar rezando...
Voltou apunhalando o pescoço do animal com violência e começou a esfolá-lo com um sorriso que Augusto nunca tinha visto naquele rosto bruto.
Augusto ficou sem ação, não conseguia se mover diante do que via.
Sentia pena do animal mas não interromperia o massacre não só por medo mas por estar curioso sobre como aquilo terminaria.
Emanuel correu dali para dentro de casa e pode, Augusto, ouvir um barulho de coisas sendo derrubadas.
Ele saiu novamente quando Augusto estava já saindo do meio do mato para assistir de perto da casa e este, vendo isso, se escondeu rapidamente.
Emanuel soltou as cordas e foi levando os pedaços da vaca para trás da pedra.
Depois de terminar o serviço Emanuel entrou em casa e não saiu mais.
Augusto saiu desconcertado e foi até a casa de Matias olhar ele e sua esposa dormindo.
Como o demônio era ambíguo! seria aquele o mesmo destino de Matias?

Ele voltou para a igreja e encontrou floripes acordada se apressando para contá-la o que acabou de ver:

- Aquele Emanuel é mesmo um assassino como o seu pai.
- Acabei de vê-lo esfolando uma vaca!
- Conte-me detalhes, augusto.

Augusto contou tudo o que vira Emanuel fazer e, na empolgação de ouvir o relato, e depois, pelo horror que sentiu, floripes nem lembrou-se de perguntar o porque de Augusto estar fora.
Amanheceu e, mesmo tendo ido dormir tarde, Augusto levantou-se para ir buscar a água.
Antes disso foi abrir a igreja e, ao ver que Emanuel se aproximava logo foi-se correndo buscar a água com medo dele.
Aquele caminho era especialmente difícil de percorrer para Augusto pois ali mesmo Gabriela morrera e ela não sabia se deveria sentir saudades ou alegria por ter se libertado.
Mas, independente do que ele deveria sentir, ele sentia saudades e que Deus lhe perdoasse se isso era errado.
Ele voltou e encontrou o padre.

Ler Antônio parte 1


Parte 2

O almoço estava, como sempre uma delícia, mas Augusto não deixava de pensar na noite passada.
Se por um lado aquilo que ele viu ocupava sua mente, por outro o motivo de ele ter saído naquela noite não o abandonava.

- Vou rezar, Josefina, que Deus lhe abençoe por ter-me cozinhado um prato tão delicioso

Chegando no seu dormitório, onde ficava sempre sozinho, Augusto, muito reflexivo, deitou-se na cama para pensar um pouco em tudo o que havia acontecido.
Ele não sentia pena do animal, apenas tinha medo de que Emanuel decidisse.
O sol mandava sua luz pela janela queimando seus olhos e ele virou-se de lado e fechou os olhos.
A noite passada havia sido longa e ele acabou pegando no sono e teve um sonho:

- Acorde Augusto, estou de volta.
- Gabriela? Mas... você não...
- Não faça perguntas demais Augusto, venha comigo até o poço, quero falar contigo.
- Mas o que queres falar comigo Gabriela, diga logo!
- Deixa de ser impaciente e vem comigo!

Eles saíram pela portas dos fundos da igreja e tudo estava como era a 5 anos atrás.

- Estavas sonhando comigo, Augusto?
- Parecias aflito...
- Eu estava tendo um sonho horrível, Gabriela, sonhei que te matavam, sonhei que era infeliz.
- Que bom que acordaste, nem sonhe com uma coisa dessas.
- Espero mesmo não sonhar mais com isso, mas diga-me logo, o que queres falar comigo?

Gabriela não respondeu à pergunta e os dois continuaram em silêncio para o poço.

- Chegamos, Gabriela, agora podes falar-me?
- Ah sim, agora posso mas não sei por onde começar.
- É uma coisa difícil de dizer, porque não tentas adivinhar?

A única coisa que augusto podia ver naquele olhar inocente e recatado era amor, mas ele não podia arriscar-se num palpite desses.

- Não sou exímio leitor de mentes, Gabriela, se tu sabes que sou ansioso porque não me dizes logo?
- Bem, augusto, é que é difícil dizê-lo assim, dá-me um tempo e acharei uma forma de te dizer isso

Passaram-se uns 20 segundos e Gabriela continuou

- Eu estou sentindo algo muito especial que gostaria de compartilhar contigo
- O que sentes, Gabriela, não te entendo.

Gabriela fez uma cara de ansiosa pois queria que ele entendesse logo o que ela queria dizer e augusto queria ter certeza de que entendia a coisa certa.

- Eu estou sentindo, Augusto, por ti, algo de...

A fala foi interrompida pelo assalto de dois bárbaros ambos robustos e enormes.

- Ora vejam só o que achamos!
- Gabriela!
- Quem são vocês, como sabem meu nome?
- Não te faças de boba, menina, sabemos muito bem que tu és!
- Não sei do que vocês falam
- Deixem-na em paz! Disse augusto tentando defendê-la dos homens que a seguravam com força enquanto falavam.
- Então é esse rapaz raquítico que tu enganas agora?
- O que a senhorita vê neste fraco aí?
- Não é da sua conta seu grosseiro, agora me solte pois tenho certeza que estás me confundindo com outra pessoa.
- Tu nos enganaste, mas agora és nossa e pagará por ter-nos feito de idiotas!

Um dos homens segurou Augusto e o outro derrubou Gabriela no chão.

- Gostas desse aí ou o enganas?
- Não nos importa, ele sofrerá por sua culpa!
- Augusto!!!

O homem começou a rasgar a roupa de Gabriela e augusto acertou a cabeça na boca do bárbaro que o segurava correndo, em seguida, em direção à Gabriela para salvá-la.
O outro bárbaro logo se levantou ao ver isso e acertou-o na face e, aproveitando-se dessa distração Gabriela pôs-se a correr sem muito sucesso pois o gigante rapidamente a capturou e a trouxe de volta ao passo que o primeiro golpeou Augusto algumas vezes o deixando meio zonzo e incapaz de reagir às agressões.

O homem continuou a tirara roupa de Gabriela:

- Tu te lembras quando tiraste tua roupa para mim?
- Lembras quando tiraste tua roupa para meu amigo?
- Nós te amamos, te daríamos nossa vida e tu nos humilhaste, quase fez nossa amizade acabar!
- Maldita, hoje encontrarás teu fim.mas antes quero deleitar-me mais uma vez com ter corpo e meu amigo também.
- Seria um tremendo desperdício matá-la sem violá-la.

Gabriela começou a debater-se e arranhou o rosto do bárbaro que sorriu e esmurrou-a na face com força quebrando seu nariz.

- Não me faça ter que dsfigurar teu rosto, quero vê-lo bonito enquanto tomo posso de teu corpo e sou solidário também com meu amigo.

O homem tirou toda a roupa de Gabriela e jogou-a sobre a terra pequenas pedras machucando, assim, sua pele delicada.
Colocou seus dois braços sobre os dois ombros dele e apoiou grande quantidade de peso neles de forma que se deslocaram e começou a violá-la

- Gabriela!!!!
- Augusto!!!!

Augusto se debatia mas não podia livrar-se do bárbaro que murmurava algo que el não entendia bem

- Não... rameira... mentirosa...
- Malditos sejam! Deus os punirá!

Os bárbaro que segurava Augusto bateu-lhe nos ouvidos como sinal de que o queria quieto.
Augusto fechou os olhos e começou a chorar desesperadamente.

- Abre teus olhos, covarde, e verás um dia que ele paga pelo que merece!
- Ei, não sejas assim gentil!
- Bem sabes que essa rameira gosta de ser violada, pode desfigurá-la que não me importo com o bem estar de gente como ela.

O outro homem começou a dar tapas com toda a sua força e suas mãos grossas na face de Gabriela que gritava coisas incompreensíveis.

- Já é sua vez, amigo, deixa que eu seguro o magricela aí e venha banquetear-se.

De alguma forma Augusto gritou com todas as forças e, de repente, uma flecha perfurou o pescoço do bárbaro que havia dado um chute nas costas de Augusto derrubando-o no chão

- Augusto, não levante-se. Disse Matias

Uma outra flecha voou sobre o ar atingindo o peito do outro bárbaro e Gabriela pronunciou palavras:

- Matias, meu salvador...
- Ninguém vai te salvar, maldita!
- Tu vens comigo!

O bárbaro apanhou um punhal e golpeou o pescoço de Gabriela, Augusto gritou agora com tanta intensidade que as veias de seu pescoço pareciam sobressaltar-se e seus olhos estavam cheio de lagrima e arregalados. mais uma flecha voou pelos ares acertando o olho direito do bárbaro.

Gabriela prununciou algumas palavras confusas engasgando-se com o próprio sangue

- A padre... amor... verdade

Augusto não conseguia fazer nada, estava paralizado sua dor era tão intensa que sua alma saíra de seu corpo.

- Não é justo, Matias, não é justo...
- Augusto, abraça-me amigo!
- Estou aqui...

Augusto foi acordado por Antonio que entrara em seu quarto ao ouvir a gritaria.
A cama estava toda suja de saliva e lagrimas além de estar desarrumada por causa dos movimentos violentos que el havia feito enquanto dormia.

- Com o que sonhaste, Augusto?
- Sonhei com o diabo, padre, com o diabo...
- Reze, augusto, peça ao senhor para livrar-te.
- Só assim poderás dormir à noite.
- É culpa minha pois eu estava para rezar e acabei por dormir. Fui fraco na fé mas o diabo, apesar de não querer, agora ajudou-me a ser mais devoto à Deus.
- Volta a dormir, Augusto, a tarde já se passou e é tarde da noite.
- Amanhã conversaremos pois estou cansado.
- Vou rezar pois já dormi e não tenho sono, amanhã nos falamos, então

Antônio saiu e Augusto rezou até ficar com sono e dormir de novo, dessa vez sem sonhos.

0 comentários: